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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Diario de Trabalho 017 - Por Edson Fernando

Wallace Horste e Silvia Luz pesquisando a composição da Cena 10 - Quatra de Maria

O treino da última segunda-feira (03.09) exercitou exaustivamente a composição da Cena 10 - Quarta de Maria. Os atuantes Wallace Horste e Silvia Luz dedicaram aproximadamente duas horas de trabalho investigando a cena. Os encaminhamentos seguem os mesmos: os atuantes trazem por escrito uma explicação pessoal da cena, uma análise crítica da mesma e, por fim, determinam uma ação que conduzirá o processo de criação no palco. O treino foi marcado pela grande dificuldade dos atuantes em discernir o que seja a explicação descritiva da cena, de sua análise crítica. Ambos não conseguiram elaborar o posicionamneto crítico e o trabalho de composição da cena se viu muito prejudicado em virtude desta dificuldade. Então, valeu a pena refletir novamente sobre como estes procedimentos estruturaram o trabalho de composição dos atuantes a partir de agora. 

Tarefa 1: Ler e compreender a cena considerando os fatos e situações descritos ou subentendidos na fábula. Trata-se de uma compreensão de tudo o que o texto dramático apresenta para elaboração de uma descrição explicando o que, quem, quando, e o por que  dos acontecimentos.

Tarefa 2: Elaborar uma análise crítica da cena. Trata-se do posicionamento crítico do atuante acerca dos acontecimentos descritos. O atuante deve aqui apresentar um juizo de valor posicionando a favor ou contra uma determinada situação, personagem ou atitude que ocorre na cena. O atuante deve inferir de modo claro o seu posicionamento.

Tarefa 3: Determinar uma ação para exercitar um dos papeis da cena. O atuante deve determinar a ação a partir do material elaborado anteriormente, isto é, a ação deve estar intimamente ligada a descrição e, fundamentalmente, a sua análise crítica.   

Observo que estas tarefas, assim organizadas, proporcionam ao atuante um caminho que o leva do texto dramático ao trabalho de criação no palco: na tarefa 1 toda a ênfase é colocada na leitura e interpretação do texto; na tarefa 2 distancia-se do texto exatamente para submetê-lo a uma reflexão radical por parte do atuante; na tarefa 3 o texto é abstraido completamente para que o atuante pesquise e cria ações livremente, sem preocupar-se com a estrutura formal do texto, pois a ênfase recai no contéudo proposto pelo texto e não em sua forma. Na próxima etapa desta ciclo de tarefas o atuante de encontrar uma linha viva de ações, o jogo entre os papeis, os estados emocionais e os gestos relevantes que deverão ser lapidados. O clico se encerra retornando rigorosamente ao texto dramático e aplicando todo o material descoberto pelo atuante: o atuante já sabe o que dizer (texto dramático) e o como dizer (linha viva de ações).

Todas estas reflexões foram novamente compartilhadas com os atuantes para que o processo possa seguir com maior fluência e tranquilidade.                   

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